Negros morrem de forma violenta duas vezes mais do que brancos
13 de maio de 2008
Em uma pesquisa inédita, encomendada pelo Ministério da Saúde e apoiada pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e pelo Dfid (Department for International Development), ligada ao governo britânico, revelou que a desigualdade entre negros e brancos se expressa até mesmo nas distintas causas de morte.
Baseando-se em dados do SIM (Sistema de Informação de Mortalidade), do próprio Ministério da Saúde, referentes aos anos de 1998, 1999 e 2000, além do Censo 2000, o estudo constatou que a principal causa de morte entre os negros vem de homicídios, acidentes de trânsito, suicídios e outras mortes consideradas violentas, concluindo que um entre quatro negros de qualquer idade morre decorrente destas causas, equivalendo a 25,6% das mortes.
Logo em seguida, a segunda maior causa de mortes entre os negros são decorrentes de doenças circulatórias, representando um índice de 21,8%.
No entanto, entre aos brancos, os números são completamente contrários. A principal causa de mortes são relacionadas a doenças circulatórias, sendo um índice de 28,1%, enquanto que as mortes violentas vêm em segundo lugar, com 16%.
Comparando a taxa de homicídio, os negros representam 12,3% das mortes, enquanto que os brancos representam uma taxa bem menor, com apenas 5,5% de mortes.
A respeito de causas de mortes decorrentes de acidentes de trânsito, 5% atingem os negros e 4,6% entre os brancos, sendo também menor na segunda maior causa de mortes.
Além disso, as mortes relacionadas a causas externas afetam em sua grande maioria a juventude, onde se pode observar que 78,7% dos óbitos dizem respeito a jovens brancos de idade entre 15 e 25 anos e 82,2% entre negros de mesma faixa etária.
Em relação à taxa de homicídios, por exemplo, os jovens brancos representam 38,1% destas mortes, enquanto que entre os jovens negros, há um aumento para 52,1% das mortes.
Isso é resultado da posição de cidadão de segunda classe que o negro ocupa na sociedade. Tendo sua emancipação, a população negra se constitui como uma das mais exploradas pelo capitalismo, constituindo a grande maioria dos habitantes das periferias e favelas onde as condições de vida são precárias.
Nesse sentido, se coloca a luta por um programa que atenda verdadeiramente a emancipação definitiva e completa da população negra, pois, nas atuais condições, representando a grande maioria dos trabalhadores e sendo um dos setores mais oprimidos pelo capitalismo, a reivindicação política contra a burguesia e o Estado capitalista que colocará a população negra em real emancipação e liberdade.
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