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quinta-feira, 3 de março de 2011

Alta na mortaçidade de jovens negrros

Em Alagoas, 39 moradores de rua assassinados em 2010; Bahia registra violência contra jovens negros.
08/01 às 20h17 Odilon Rios; Agência A Tarde

MACEIÓ e SALVADOR - Só no ano passado, 39 moradores de rua foram assassinados em Alagoas, e os crimes ainda não foram esclarecidos. Depois da pressão do Ministério Público Estadual, da Polícia Civil e da imprensa, desde dezembro de 2010 não foi registrada qualquer morte.

- O dono de uma sorveteria ameaçou um morador em dezembro. Disse que ele não ficaria vivo. O ameaçado procurou o Ministério Público. Chamamos a imprensa. O dono da sorveteria voltou atrás, chamou o morador de louco. A pressão ajudou - disse o promotor da área de Direitos Humanos do MP, Flávio Gomes da Costa.

Segundo ele, seis pessoas foram presas, acusadas pelos crimes, e não ficou constatada a ação de grupos de execução. Costa cobra compromisso dos gestores com populações de rua.

A polícia descarta crimes de execução. Acredita em "ações isoladas" ou brigas por causa de drogas. Em 83% dos casos, segundo o delegado-geral adjunto, José Edson, as vítimas tinham envolvimento com drogas.

A maioria dos moradores de rua perambula pela área nobre da capital alagoana. Os dados chamaram a atenção porque Maceió está, desde 2007, à frente da estatística nacional de homicídios, segundo o Mapa da Violência do Instituto Sangari.

- A explicação deve vir da investigação. Existem ou não grupos de extermínio? Depois da divulgação, os assassinatos pararam. A polícia alega que os moradores eram envolvidos com drogas, mas eles não deixaram de ser gente. Tem que existir apuração - diz o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Everaldo Patriota.

Na Bahia, aberto inquérito para investigar grupos de extermínio
Em Salvador, a Procuradoria da República na Bahia (PR-BA) instaurou inquérito civil público para investigar a atuação de grupos de extermínio, com suspeita de envolvimento de policiais militares.

Não há estatísticas oficiais sobre assassinatos cometidos por grupos de extermínio na Bahia. Mas integrantes do Movimento Negro Unificado (MNU) denunciam a matança de jovens negros promovida por esquadrões da morte. O escritor Hamilton Borges Walê, coordenador da campanha Reaja ou Será Morto, responsabiliza o governador Jaques Wagner, por ter extinguido o Grupo Especial de Repressão a Crimes de Extermínio (Gerce), e diz que o secretário de Segurança, César Nunes, faz apologia à matança.

O secretário rebate:

- Investigamos todos os homicídios, inclusive os praticados por grupos de extermínio, com a participação de policiais ou de qualquer outra pessoa - diz Nunes, alegando que o grupo foi extinto porque não estava dando resultados.

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